5 de junho de 2010

Pela preservação da vida


 Segundo relatório da ONU- Organização das nações Unidas, apenas 2,5% da água existente no mundo é doce e mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento desta água.E destes  2,5% de água doce existentes no mundo, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e lençois subterrâneos. E estes índices tendem a piorar se algo não for feito com urgência.

Neste meu mergulho por entre as águas do meu amigo "Velho Chico", e ao observar a sua realidade tenho me deparado com algumas informações que muito me preocupa a sobrevivência do rio nestes seus 500 anos de vida, castigado pela exploração e desatenção, tanto dos poderes públicos quanto dos nossos moradores ribeirinhos.A questão se agrava quando consideramos o estado de degradação das matas ciliares em toda a extensão do rio, e o assoreamento de seu leito.
A nossa bacia Franciscana é algo singular e de uma complexidade hídrica enorme, com grande extensão navegável, que beneficia nada mais nada menos que 15 milhões de pessoas, que se não ficarem atentas para mudanças de hábitos e a reeducação ambiental, pode sofrer danos irreparáveis. E já que lutar pela vida do rio é lutar pela nossa vida, juntos somos mais fortes. E algo pode e deve ser feito com urgência para evitar a morte lenta e sofrida da bacia do São Francisco.
Nas últimas décadas, o São Francisco já perdeu três dos 16 afluentes perenes. Os rios Verde Grande, Salitre e Ipanema tornaram-se temporários, reduzindo o volume de água disponível para navegação, irrigação, pesca e geração de energia. Os três rios deixaram de ser permanentes por causa da ação devastadora de siderúrgicas de Minas Gerais e mineradoras baianas – que utilizavam a mata ciliar na produção de carvão. Além disso, há a poluição provocada pelas cidades. Para se ter uma idéia deste absurdo, temos o mau exemplo de  Belo Horizonte, situada na bacia do São Francisco, castiga o principal afluente do Velho Chico, o Rio das Velhas, com o lançamento de esgotos de uma população superior a 4 milhões de habitantes. E muitas cidades ribeirinhas seguem este exemplo já que  muitas cidades ainda não têm sistema de tratamento de esgoto e  indústrias, despejando toda sujeira no seu leito. Agricultores usam e abusam de agrotóxicos nas plantações as margens do rio e esse veneno também é conduzido para as águas do São Francisco.O desmatamento, além de contribuir para secas constantes nas nascentes do São Francisco e de seus afluentes, provoca a queda de barrancas e, conseqüentemente, e o acúmulo de terra no leito. O que resulta na dificuldade de  navegação, pois muitas ilhas já estão formadas em seu percurso.
Faça por você, faça pela sua vida, pela vida de quem dá vida há 15 milhões de habitantes que se beneficiam de forma direta destas águas franciscanas. 

"LUTAR PELA VIDA DO RIO É LUTAR PELA VIDA DO POVO". ( D.Cappio)




4 de junho de 2010

A comunidade ribeirinha de nome Xique- Xique.

O Município de Xique-Xique fica situado na região do Vale do Rio São Francisco, pertencente à micro-região administrativa de Irecê e está localizada há 594 km de Salvador, capital do Estado da Bahia. Com uma população de 47.440 habitantes, distribuídas em 5.671,44 quilômetros quadrados. 
A cidade teve seu surgimento no final do século XVII quando um grupo de garimpeiros da Serra do Assuruá chega a Ilha do Miradouro .Nesta ilha surge o primeiro núcleo populacional da futura cidade de Xique-Xique, tendo os habitantes construído a capela de Nossa Senhora Santa Ana, também conhecida como A Igreja da Ilha do Miradouro. E mais tarde transformou-se na vila Chique-Chique de Bom Jesus.
No ano de 1975 a Vila passa a condição de povoado, sendo subordinada à justiça da Cidade da Bahia e, posteriormente, à jurisdição da Comarca de Jacobina. O município foi criado em 1982 quando passou a chamar-se Xique- Xique, escrita com “X” devido ao cacto de espinhos encontrado em abundância na cidade.
O município foi um importantíssimo centro quando da exploração de metais e pedras preciosas na Chapada Diamantina. Numa época em que as margens nordestinas do São Francisco se dividiam entre os impérios da Casa da Ponte e da Casa da Torre, no final do Século XVII e início do Século XVIII. Neste período, o São Francisco recebia o codinome de Rio dos Currais, pelo grande número de fazendas de gado às suas margens . E eram essas fazendas que supriam de alimentos os devoradores de ouro e diamantes da Chapada. Exatamente próximo a Xique- Xique passava a Estrada de Dona Joana, via de acesso dos mineradores aos alimentos do Velho Chico.
O Rio São Francisco desempenha papel importante para os ribeirinhos locais, já que é fonte de alimento e água, além das terras férteis que suas margens oferecem para a agricultura. A maioria dos homens que vivem nas margens do rio São Francisco trabalha como barqueiros ou remeiros, artesãos, pescadores, agricultores e pecuaristas, sendo estas as principais formas de sustento do homem e da economia local, sendo cada atividade responsável por diferentes formas de geração de renda. Essas atividades são desenvolvidas no município desde o seu surgimento e faz parte da cultura e das tradições locais.
A cidade também sofreu as conseqüências da enchente das águas do São Francisco no ano de 1979, quando as suas águas se elevaram ao nível máximo de 10 metros acima de seu nível normal, devido a construção da Barragem de Sobradinho quando o governo prometia que as enchentes seriam controladas, e atingiu todas as cidades ribeirinhas, inclusive Xique- Xique causando muito sofrimento e prejuízo para um município que ainda se encontrava em construção .
A cheia de 79 cobriu as margens do rio por 90 dias. Quem tinha algo a perder por baixo da água não precisava voltar pra buscar, ela levou tudo, mas também trouxe muito. Muita coragem pra se reconstruir e reerguer.A enchente obrigou a construção de um novo cais de proteção das cheias do rio, ao lado das galerias, pelo lado da cidade, onde funciona o centro de abastecimento comercial. Um lago artificial recebe as águas pluviais que são bombeadas para o rio, protegendo as estruturas da cidade das grandes enchentes. A construção da represa de Sobradinho, e a conseqüente formação do seu lago mudou completamente a vida da pacata Xique-Xique e da sua população.
A economia do município modificou-se bastante, tendo ampliado muito a sua área irrigada, fazendo crescer a produção agrícola e elevando a cidade a maior produtora de cebola e melancia da região de médio São Francisco, e grande produtora de tomate,feijão e mamona .
Atualmente parte do território Xique- Xiquense, conta com a construção de um projeto de irrigação, que promete ser o maior do estado; O Projeto Baixio de Irecê, onde terá 210.000 hectares de ótimos solos irrigados com as águas do São Francisco a partir do bombeamento do lago de Sobradinho, onde reina a esperança de a cidade progredir na sua economia agrícola e se tornar um grande exportador de frutas e verduras .


2 de junho de 2010

Lendas ribeirinhas em áudio


  FOTO do monumento do Nego D'ÁGUA em Juazeiro Ba


http://polianapinheiro18.podOmatic.com/entry/2010-06-02T04_41_06-07_00
Clique no Play e escute a história lendária do Nego d'água e suas travessuras.
Texto e narração Poly Pinheiro.

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