18 de fevereiro de 2013

Lamento Sertanejo



A situação do sertão continua complicada...
A seca persevera e o sertanejo sofre as suas consequências.

O aumento nos alimentos tem sido significativo. Há algum tempo atrás 1 kg do tomate  custava  R$1,00, hoje o mesmo custa R$ 4,50.  Também acontece com a cebola, a tapioca o feijão, a farinha e os demais itens básicos da mesa do homem do sertão.

21 de agosto de 2012

Realizando um sonho

SELECIONADA no edital de apoio a microprojetos da bacia do rio São Francisco realizado pela FUNARTE- Fundação Nacional de Artes, através do Ministério da Cultura.
"OS FILHOS DO VELHO CHICO", continuam firmes fortes na luta pela preservação da cultura ribeirinha xiquexiquense. Depois da mostra fotográfica, agora somos contos, causos e imagens documentados em LIVRO!!!
(...) "ACREDITO que todo mundo tem um poder. E a gente pode, sim, mudar as coisas. Me chame de idealista. De sonhadora. E de romântica. Sou tudo isso. Mas ainda acredito nas pessoas e nas mudanças. E toda mudança começa no fundinho de cada pessoa que QUER REALMENTE fazer alguma DIFERENÇA."

 

22 de maio de 2012


(...) Navegar por ti, é navegar por um mar de doçura e sensações.
Meu Chico, meu velho Francisco.

16 de março de 2012

Um Francisco como poucos.




Xiquexiquense é personagem de livro sobre ribeirinhos do Velho Chico.


Sr. Chico de Né faz parte do capítulo do livro: OS CHICOS, dos mineiros: Léo Drumond e Gustavo Nolasco. Uma indicação minha que virou realidade documentada em texto e imagens. Hoje recebi pelos correios o exemplar que há dois anos inquietava Sr. Chico de Né, e a missão foi cumprida. Livro entregue, emoção, lágrimas, abraços e muito carinho de um Francisco sem igual.



Um bom lugar para se viver...


Um fim de tarde às margens do rio, vida pacata interiorana, amizades sinceras, desavenças comuns de um lugar onde "todo mundo, sabe de tudo" . Um modo de viver tranquilo para aqueles que realmente sabem viver.Paz de espírito e poesia onde se busca. Assim eu definiria um bom lugar para se viver.
Aqui eu me encontrei, aqui eu re- aprendi a viver.

Xique- Xique, meu sertão, minha Bahia, meu interior.


Fotografias: Poliana Pinheiro

23 de fevereiro de 2012

LUTO


Eis, que o Velho Chico levou consigo um dos seus filhos mais jovens. 
Francivani Pereira nos seus 21 anos de idade.




Recebi hoje, a triste  notícia, que um dos personagens homenageados no trabalho de OS FILHOS DO VELHO CHICO, morreu afogado nas águas deste mesmo rio que dá vida a tantas outras.
Lembro- me como hoje da conversa que tive com Francivani quando o escolhi juntamente com os outros vaqueiros para homenagea- los neste trabalho.
(...) Na época Francivani tinha 19 anos, rosto sério, olhar tímido e jeito de rapaz calado. Eu tentava por tudo arrancar um sorriso deste jovem vaqueiro, que falava pouco, e se assustava  com esta tal jornalista que tanto lhes indagava  e fotografava seus galopes em cima do cavalo.
Francivani me contou, que trocou os estudos pela profissão dos homens da família e não escondia o orgulho em ser vaqueiro, e entre o livro ou o galope em cima de um cavalo, a escolha foi feita e o ofício era levado a sério.


Infelizmente, este mesmo rio que é fonte de vida e sobrevivência, reserva seus perigos e riscos principalmente em tempos de cheias. À família de Francivani e aos amigos, fica o meu enorme pesar e as minhas orações para que Deus, dê lhes o conforto necessário.





3 de fevereiro de 2012

8 de janeiro de 2012

O São Francisco em tempo de cheias

Fotografia: Poliana Pinheiro

Com as fortes chuvas no estado de Minas Gerais e as enchentes nos afluentes do rio Chico, o sertão sorri e se despede das secas que por muitos meses assolou as margens ribeirinhas.
Algumas ilhas já estão submersas e outras bem perto de desaparecem durante este período de cheias.
E se um dia foi profetizado que o sertão viraria MAR, o beiradeiro insiste em dizer por aí  que: 
" O Sertão virou Pantanal.


28 de dezembro de 2011

Francisco,o magnífico.


Fotografia: Poliana Pinheiro


"Tem coisa que dá vontade de viver de novo. 

E de novo. E de novo.


26 de novembro de 2011

Fotografia- Poliana Pinheiro


Na Serra da Canastra um filete brota.
Verte das entranhas, cristalina, tanta,
A água que desliza e desce pela grota
Até despencar ligeira em Casca d'anta.

Tantos rios da esquerda, da direita,
Afluentes muitos que seu leito encorpam
E o grande Gaiola* que seu casco deita,
Vencem os desafios qu’estas águas cortam.

Rio das Velhas, Borrachudo, Verde Grande,
Paraopeba, Carinhanha, Abaeté,
Emprestam-lhe forças para atravessar

O sertão ressecado que se expande
Frente ao rio que encarna a grandeza da fé...
...E vai o São Francisco a caminho do mar.


Frederico Salvo

“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso transitório”.


Fotografias: Poliana Pinheiro

"O São Francisco é um mundo"


Ponta das Pedras em Xique- Xique/ BA.
Às 7 horas da manhã e ele já acorda estonteante.
O Rio Chico em um dos seus braços. O esquerdo.

Poliana Pinheiro

9 de novembro de 2011

Preciosidade....


Emoção, lágrimas, surpresas e muita felicidade. Estas foram as minhas sensações diante de algo tão mágico, tão incrível e encantador como a obra de : OS CHICOS PROSA E FOTOGRAFIA de Leo Drumond e Gustavo Nolasco.
Eu que ví esta obra em fase de gestação, ainda nos primeiros dias do processo e a expectativa da espera de um dia poder vê- la e desfrutar da história da vida de ribeirinhos que como eu, sou apaixonada por todo este mar de encanto chamado: Rio São Francisco. Não me contive em sua espera e assim que recebi o convite eletrônico pelo email, corri no site da agência nitro ( http://nitroimagens.com.br ) e comprei meu exemplar pelo PAG SEGURO. 
A cada página, a cada história, um arrepio, uma lágrima e uma satisfação em ver algo tão bem pensado, bem escrito, bem fotografado e bem elaborado. Histórias tão reais, tão simples, contada por ribeirinhos e transformada em poesias para não poetas.

OS CHICOS-  A obra surgiu da pesquisa realizada por Gustavo Nolasco e Leo Drumond de 2008 a 2011, quando percorreram as margens do Rio São Francisco, passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Em homenagem ao nome do rio e para satisfazer suas veias de repórteres, os dois impuseram o instigante desafio de percorrer as comunidades ribeirinhas à caça apenas de personagens que se chamassem Francisco ou Francisca.
O prefácio de Os Chicos foi feito pelo jornalista Fernando Morais, membro da Academia Marianense de Letras, que assim definiu o trabalho a obra:
“Essa sacada maravilhosa do Gustavo Nolasco é a marca registrada do gênio, ver o que ninguém viu, como seus personagens, os que contemplam o rio e tiram das suas águas, das suas margens, da sua fauna, cachoeiras de inspirações…Os Chicos vem preencher um vazio em publicações do gênero, o que seguramente atenderá tanto o leitor ávido da boa literatura como o estudante carente de uma publicação de qualidade na sua formação didática”.
O projeto Os Chicos (www.oschicos.com.br) teve o patrocínio do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), do Governo de Minas, do Banco BMG, da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e do Grupo Orguel. Contou ainda com o apoio da General Motors.
Este será o terceiro lançamento de Os Chicos. Há duas semanas, mais de 600 pessoas, entre elas, o então governador de Minas Gerais, lotaram a Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte. E na última quarta-feira (26\10), a obra foi lançada na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, em Maceió.

Aos meninos, eu desejo- lhes muito mais sucesso e inspirações para que ainda possam gerar muitos outros frutos tão magníficos quanto este que estou lendo.
E se no seu livro eu lí um muito obrigada pela minha indicação do Sr Chico de Né ( então um dos personagens). Eu que vos agradeço!!!! Agradeço pelo carinho, pelo amor e por todo o cuidado e respeito com estas pessoas tão incríveis de nomes Franciscos ou não.

(...) Que assim como o rio Chico,  a jornada de vocês também seja doce e encantada ...

O Romeiro





"Senhor Bom Jesus da Lapa
Aceitai minha romaria
Que sou romeiro de longe
Não posso vir todo dia"
(Bendito dos Romeiros da Lapa)


"Procure no mundo uma cidade
Com a beleza e a claridade
Do luar do meu sertão"
(Luiz Gonzaga)

10 de outubro de 2011

Lançamento do Livro: OS CHICOS- Prosa e Fotografia


De Gustavo Nolasco e Léo Drumond


Com grande alegria e satisfação, recebi este convite eletrônico para o lançamento do livro tão esperando por todos nós ribeirinhos que de alguma maneira fizeram parte destas histórias. 
Há pouco mais de um ano, eu os acompanhava ansiosa pelo resultado final desta obra, e hoje ao checar a minha caixa de email, eis que surge esta notícia encantadora: O Lançamento do livro dos nossos amigos "CHICOS"  de Belo Horizonte.
Com muito carinho, só desejo muito sucesso e que esta obra tão valiosa possa render grandes alegrias, tanto a vocês, quanto ao nosso povo ribeirinho franciscano.


9 de outubro de 2011

Cabeça do Touro- Barra/Ba

Fotografia: Poliana Pinheiro

Um sonho de lugar...
 E o rio Chico mais uma vez surpreende,  encanta,  fascina e inspira.

28 de setembro de 2011

Em Bom Jesus da Lapa- Ba


Berço da Fé e das tantas peculiaridades...

Em Ibotirama- Ba



Uma das cidades em que o rio Chico passa de forma tímida e sem grandes espetáculos, ainda assim modesto e simplista ele é fonte de vida e sustento de toda uma região que carece de um olhar por parte dos poderes públicos.
Passar em Ibotirama é se  deparar com "pedintes" a todo tempo. É algo que chega a ser incomodo, porque são idosos, crianças, adultos e jovens. São eles que não conseguiram se aposentar por algum motivo , são crianças carentes e jovens desempregados sem a menor perspectiva de trabalho. Ainda assim... é uma cidade  que respira ares de desenvolvimento e organização. Pessoas de uma simpatia sem igual, principalmente quando eu digo ser de Xique- Xique.

(...) Ah, ali é que o rio São Francisco produz abundância e fartura.

18 de agosto de 2011

No meu Oásis

Fotografia: Poliana Pinheiro


Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.


Patativa do Assaré


O homenzinho do sertão


Fotografia: Poliana Pinheiro

26 de julho de 2011

Serra do Assuruá



(...) Eu ví minha alma clarear enquanto o dia escurecia.

Igreja de Santana em Gameleira do Assuruá- Ba


Gameleira do Assuruá, é um povoado de clima europeu bem nas proximidades do Sertão da Bahia. Um lugarzinho no meio do nada, com acesso difícil pelas más condições das estradas e carente de transportes terrestres em condições dignas de locomoção. Ainda assim com tantos pesares e barreiras de acesso ao que eu rotulei de "paraíso perdido", Gameleira guarda um tesouro de valor cultural riquíssimo chamado Igreja de Santana, que uma das coisas mais simplistas e charmosas que os meus olhos já viram . Naquele lugar tudo nos envolve... é um clima fresco com ventos intensos, a natureza em plena harmonia com o universo, a individualidade de cada ser que transita pelas ruas, a FÉ, o patriotismo e o amor que os filhos ausentes daquele lugar carregam em seus corações. 
Confesso que o paraíso em muitos casos e acasos encontra- se perto de tudo e no meio do nada.

" Me encantei... me apaixonei..."

17 de junho de 2011

A mostra fotográfica durante a Festa da Cidade em Xique- Xique









Meu muito obrigado a todos os amigos que fiz durante este percurso, a todos que acreditaram, incentivaram e apoiaram a realização deste trabalho. A força mútua fez brotar um sentimento de querer fazer o melhor, e assim tem sido feito. O meu melhor.
Aos ribeirinhos do rio São Francisco e a todos os Xique Xiquenses que torceram, apoiaram e esperaram pelo resultado final deste projeto. Este trabalho é tão meu quanto de todos nós.
Espaço especial para agradecer a Prefeitura Municipal de Xique- Xique e a Codevasf, pelo espaço cedido para expor estas fotografias no Stand durante os festejos ao aniversário de Xique- Xique.

E os Filhos do Velho Chico, continuam firmes e fortes em novos e dedicados projetos.


(...) Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá.




9 de junho de 2011

Convite!!!



A CODEVASF, com o apoio da Prefeitura Municipal de Xique- Xique, TRÁZ para Xique- Xique como parte das comemorações ao aniversário da cidade em 2011. A mostra fotográfica que tem a cara, a cor o tom e sabor do Sertão.
È a simplicidade e exuberância dos ribeirinhos do rio Chico em imagens.
Local: Avenida J.J. SEABRA/ Em frente À Casa das Pizzas
Dias: 09, 10, 11 e 12 de junho.
Horário: A partir das 18 hs.


Fotografias de Poliana Pinheiro





6 de junho de 2011

Dia internacional do meio ambiente e o Rio CHICO não tem o que comemorar


O Velho Chico pede SOCORRO!!!


O rio também conhecido como o " rio da Integração Nacional", foi descoberto no dia 04 de Outubro de 1501  por Américo Vespúcio. Quando  os índios o batizaram de Opará, que em Tupi Guarani, quer dizer Rio-Mar, rio tão grande quanto o mar. Mas como aquele era o dia de São Francisco, recebeu então este nome cristão em homenagem ao santo.


Com uma extensão aproximada de 2.863 quilômetros, o Velho Chico distribui- se ao longo de 503 municípios ao longo da sua Bacia e cinqüenta e oito por cento do seu curso corta o coração nordestino, levando vida e  sobrevivência aos seus milhões de ribeirinhos.
E além  do Velho Chico ser utilizado para o desenvolvimento de atividades de subsistência, suas águas também possuem o papel importante de geração de energia elétrica, até por que o abastecimento da região nordeste e parte de Minas Gerais dependem do rio São Francisco. 
Ao longo do rio foram construídas seis barragens: Sobradinho, Itaparica, Moxotó, Paulo Afonso I, II, III e IV e Xingo. A represa de Sobradinho, é vista como o pulmão do Velho Chico, é a principal responsável pela garantia da regularidade de vazão do rio e é projetada para manter o fluxo da água das outras hidrelétricas..No nordeste, a CHESF é a empresa estatal da ELETROBRÁS, que é responsável pela geração e distribuição de energia elétrica em oito dos nove estados da região. O total da capacidade já instalada é de 7815 Mw, sendo que 544, 7 Mw produzidos por usinas termoelétricas e 89% gerados pelas usinas do São Francisco.
 De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens no Brasil (MAB), a construção dessas barragens já expulsou um milhão de pessoas de suas terras, o que acarreta em diversos impactos, tanto ambientais, quanto ao meio físico, já que a expulsão de famílias de uma determinada região representa  um grande impacto nas relações ecológicas com o rio, nas modificações climáticas, e  no desaparecimento de espécies animais e vegetais. 
O rio São Francisco é muito importante para as populações ribeirinhas desde a pré-história brasileira, mas não só as populações ribeirinhas exercem atividades junto ao leito. Ao longo da segunda metade do século passado, indústrias nacionais e multinacionais se instalaram junto ao rio, modificando os ambientes sociais, econômicos e naturais. E na pretensão de um maior desenvolvimento industrial e humano dos estados que não fazem parte da bacia franciscana, ressurgiu o projeto de Transposição do Rio São Francisco, pelos governos federal e estadual.
O projeto é discutido desde 1846 no governo de Dom Pedro II, como a solução para acabar com as secas do nordeste. Essa idéia foi relembrada nos anos de 1856, 1908,1913 e 1919 não sendo mais assunto até 1972. No ano de 2000, o Ministério de Planejamento e Orçamento, por meio da Secretária Especial de Políticas Regionais - SEPRE com base nos projetos e levantamentos disponíveis elaborou um dimensionamento do empreendimento, que analisou a viabilidade técnica, social, econômica e ambiental do projeto do São Francisco.
E desde 2004, encontra-se em andamento o projeto intitulado de “Integração do Rio São Francisco”, onde o mesmo pretende integrar o rio com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, destinado a assegurar a oferta de água em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A proposta do projeto do ministério da Integração Nacional tem o intuito integrar as águas do rio São Francisco, às bacias dos rios temporários do Semi-árido, isso só será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho no trecho do rio onde se dará dada uma qualificação que abrange tudo o que se refere a norte ou boreal. Este projeto hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional,(Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte).
As reações e discursos sobre este projeto logo se fizeram ouvir, em vários grupos de ações sociais ligados à igreja, grupos de defesas ambientais, associações e ong’s, tais instituições que assume uma posição de esquerda dentro do cenário político e de resistência ao projeto. Elas passaram a agir na organização política desses grupos, nas organizações de movimentos de resistência ao projeto governamental, através de protestos, passeatas e realizações de fóruns de debate. Dando maior visualização ao movimento, esses grupos se reúnem em torno da Frente Cearense por uma nova cultura da água e contra a Transposição das águas do Rio São Francisco, passando a lançar material informativo sobre as razões de seu posicionamento. E no gesto de maior notoriedade contrária à mudança do curso natural do São Francisco, o bispo Dom Frei Luiz Cappio, voltou às atenções do Brasil e do mundo, quando ele realizou uma greve de fome que durou 11 dias, entre final de setembro e início de outubro de 2005, denunciado e protestando contra o projeto de transposição de parte das águas do Rio São Francisco e em defesa a sua revitalização. Ato, este que levou a pesquisadores e a população brasileira em geral a tomar conhecimento e a pensar nos dois projetos governamentais para o rio e regiões que atravessa: a transposição e a revitalização do São Francisco. Cantado em rezas, homenageado em letras de músicas e nas artes em geral, o rio São Francisco, que nas palavras do Frei Luiz: “há muito deixou de ser um acidente geográfico e passou a ser a condição de vida para todo o povo da região“.
De acordo com estudiosos, o vale do São Francisco já perdeu três dos 16 afluentes perenes. Os rios Verde Grande, Salitre e Ipanema se tornaram temporários, reduzindo o volume de água disponível para navegação, irrigação, pesca e geração de energia. Os três rios deixaram de ser perenes por causa da ação das siderúrgicas de Minas Gerais e das mineradoras baianas – que utilizam a mata ciliar na produção de carvão.
 “O rio São Francisco permanece descurado e está entregue à própria sorte. O abandono é nele todo”, reclama José Theodomiro, presidente do Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do São Francisco, respeitado como a maior autoridade nas questões do rio.
Atualmente o seu leito está cada vez mais assoreado, poluído com a atividade pesqueira diminuída e boa parte da população ribeirinha deixada à própria sorte; como também temos conhecimento de que o São Francisco vem sendo há muito destratado.
De um lado o governo, de outro as populações que convivem diretamente com a realidade ribeirinha, e da mesma forma que é anunciada a resistência da população que insiste em permanecer e lutar pela vida deste rio, em razão de suas crenças, histórias e memórias construídas ao longo de seus cinco séculos de existência.











3 de junho de 2011

Abundância


Pescador na Ilha da Esperança exibe seu almoço, após um dia de pescaria farta.

Fotografia: Poliana Pinheiro

Uma espera

Fim de tarde ao seu deleite


Casal contemplando o espetáculo do fim de tarde às margens do rio São Francisco.

25 de abril de 2011

Uma imagem e um momento


Futura mamãe às margens do Velho Chico 
Fotografia: Poliana Pinheiro

18 de abril de 2011

O pescador nas águas do São Francisco


Para muitos pescadores que vivem nestas cidades e vilarejos ao longo deste percurso do baixo médio São Francisco, o Velho Chico é seu protetor. O rio provém os pescadores de abundante e diversificada pescaria e ainda, existe uma forte relação entre a população e o rio, que alimenta também a cultura franciscana.

Mágico



“Aquele vale, naqueles lugares, tudo flui para o rio São Francisco. Os sonhos;
as dores, a fartura e a miséria, a solidão e as metrópoles, os dias e as noites, as chuvas e o sol; também os lutadores, os crentes e os ateus, os inocentes e os espertos...”.
(Dossiê 500 anos, Brasília 2001)


Xique- Xique da Bahia



“Mergulham em meus olhos
Barrancos, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas
Lágrimas escorridas, despedidas
Saudades.” (Roberto Mendes)


O Sertão Inspira



Ele inspira poetas,músicos, pessoas e artistas em geral.
O SER- TÃO TEATRO inspirou- se no universo sertanejo e levou sua arte de rua até os solos  banhados pelo rio Chico. E Xique- Xique foi uma das cidades agraciadas pelo Espetáculo Flor de Macambira do Grupo de Teatro SER- TÃO TEATRO.

17 de abril de 2011

No dia dedicado ao Santo


O rio São Francisco foi descoberto no dia 04 de Outubro de 1501. E como neste dia comemora  o dia de São Francisco,o rio Chico recebeu então este nome cristão em homenagem ao santo.

O Sertanejo


Eles carregam consigo a cor, o tom e o gosto do sertão. São criaturas ásperas pela aridez do clima semi- árido. São sertanejos fortes e em sua maioria encantadores.

3 de dezembro de 2010

O Esplêndido rio Chico


“A beleza pode ser vista em todas as coisas, ver e compor a beleza é o que separa a simples imagem da fotografia”.

OS FILHOS DO VELHO CHICO





Quem somos?
  A mostra fotográfica intitulada Os Filhos do Velho Chico,trata-
- se de um registro sobre vidas que são unidas por um ponto em comum, o São Francisco, mostrando a forma com a qual a população interage com ele, e qual a sua importância naquele local.


Qual o estilo usado na fotografia?
 O estilo fotodocumental me pareceu, então, o mais apropriado para construir as fotografias, já que foi preciso ir além do simples retrato de pessoas que por ali viviam. Conheci cada personagem, ouvi histórias, entrei em sua intimidade e descobri o que cada uma tinha em comum com os outros possíveis personagens, já que seriam “filhos do Velho Chico”, algo em comum deveria unir estas pessoas. Portanto, privilegiei os aspectos sentimentais, não tendo como preocupação principal uma contextualização histórica, geográfica e temporal. O interesse foi entender na alma dos personagens a impressão individual que cada um carrega sobre o Velho Chico, e acredito que isso se expressa fortemente através de tons e gestos, que cada personagem ressalta em cada imagem.

Prioridades
 Durante as fotografias, a prioridade foi enfatizar as feições, os detalhes e os gestos que traduzem quem são estes personagens.
     Ao retratar o rio priorizei por exaltar o quão magnífico é um fim de tarde no seu deleite, seu aspecto mágico, enfocando as suas várias nuances de cor contrastando com a paisagem que lhe margeia, construindo uma estética harmônica com sentimento presente nos depoimentos dos ribeirinhos.
           
Construção da mostra fotográfica.

          Na construção dos textos que acompanham as fotografias, eu opinei por deixar de lado o modelo baseado apenas nos perfis e montar o fotodocumentário de acordo com as falas dos diversos personagens, usando como ligação o próprio rio São Francisco. Para auxiliar o processo de construção e montagem, foi planejado um roteiro após a primeira ida a cidade de Xique-Xique, onde selecionei algumas imagens, conheci algumas pessoas e escolhi qual destes personagens mais caracterizava o perfil do sertanejo ribeirinho, em seus costumes, modo de vida e elo com o rio.

Espectativas
  A minha expectativa pessoal é de que cada fotografia consiga transmitir no espectador o sentimento de respeito e admiração pela vida destas pessoas na sua relação com o São Francisco: um sentimento que se expressa na forma como cada personagem gesticula, e na alegria e amor com a qual ela é mantida, rompendo apenas a dependência física, e partindo ao encanto afetivo que emociona a quem se depara com esse universo pela primeira vez, ou quem o redescobre depois de muitas idas

As lavadeiras de roupa

.



Elas levantam com o sol raiar. Arrumam a trouxa de roupa na cabeça, e se dirigem as margens do “Velho Chico”. São mulheres que se iniciaram na profissão ainda criança, muitas delas nascidas e criadas nos arredores do rio, e que respeitam o local porque consideram um lugar sagrado permeado por lendas, crendices e mitos. Além de ser a única forma de sustento de famílias que vivem e sobrevivem exclusivamente pelo rio São Francisco, seja na pesca, na tecelagem, fabricação de potes e moringas com a argila retirada do rio, no frete das embarcações que trafegam as águas franciscanas no escoamento da produção agrícola, na venda de gado e claro na lavagem de roupas, que faz parte da vidas destas mulheres não somente por tradição, mas também por profissão.