3 de dezembro de 2010

O Esplêndido rio Chico


“A beleza pode ser vista em todas as coisas, ver e compor a beleza é o que separa a simples imagem da fotografia”.

OS FILHOS DO VELHO CHICO





Quem somos?
  A mostra fotográfica intitulada Os Filhos do Velho Chico,trata-
- se de um registro sobre vidas que são unidas por um ponto em comum, o São Francisco, mostrando a forma com a qual a população interage com ele, e qual a sua importância naquele local.


Qual o estilo usado na fotografia?
 O estilo fotodocumental me pareceu, então, o mais apropriado para construir as fotografias, já que foi preciso ir além do simples retrato de pessoas que por ali viviam. Conheci cada personagem, ouvi histórias, entrei em sua intimidade e descobri o que cada uma tinha em comum com os outros possíveis personagens, já que seriam “filhos do Velho Chico”, algo em comum deveria unir estas pessoas. Portanto, privilegiei os aspectos sentimentais, não tendo como preocupação principal uma contextualização histórica, geográfica e temporal. O interesse foi entender na alma dos personagens a impressão individual que cada um carrega sobre o Velho Chico, e acredito que isso se expressa fortemente através de tons e gestos, que cada personagem ressalta em cada imagem.

Prioridades
 Durante as fotografias, a prioridade foi enfatizar as feições, os detalhes e os gestos que traduzem quem são estes personagens.
     Ao retratar o rio priorizei por exaltar o quão magnífico é um fim de tarde no seu deleite, seu aspecto mágico, enfocando as suas várias nuances de cor contrastando com a paisagem que lhe margeia, construindo uma estética harmônica com sentimento presente nos depoimentos dos ribeirinhos.
           
Construção da mostra fotográfica.

          Na construção dos textos que acompanham as fotografias, eu opinei por deixar de lado o modelo baseado apenas nos perfis e montar o fotodocumentário de acordo com as falas dos diversos personagens, usando como ligação o próprio rio São Francisco. Para auxiliar o processo de construção e montagem, foi planejado um roteiro após a primeira ida a cidade de Xique-Xique, onde selecionei algumas imagens, conheci algumas pessoas e escolhi qual destes personagens mais caracterizava o perfil do sertanejo ribeirinho, em seus costumes, modo de vida e elo com o rio.

Espectativas
  A minha expectativa pessoal é de que cada fotografia consiga transmitir no espectador o sentimento de respeito e admiração pela vida destas pessoas na sua relação com o São Francisco: um sentimento que se expressa na forma como cada personagem gesticula, e na alegria e amor com a qual ela é mantida, rompendo apenas a dependência física, e partindo ao encanto afetivo que emociona a quem se depara com esse universo pela primeira vez, ou quem o redescobre depois de muitas idas

As lavadeiras de roupa

.



Elas levantam com o sol raiar. Arrumam a trouxa de roupa na cabeça, e se dirigem as margens do “Velho Chico”. São mulheres que se iniciaram na profissão ainda criança, muitas delas nascidas e criadas nos arredores do rio, e que respeitam o local porque consideram um lugar sagrado permeado por lendas, crendices e mitos. Além de ser a única forma de sustento de famílias que vivem e sobrevivem exclusivamente pelo rio São Francisco, seja na pesca, na tecelagem, fabricação de potes e moringas com a argila retirada do rio, no frete das embarcações que trafegam as águas franciscanas no escoamento da produção agrícola, na venda de gado e claro na lavagem de roupas, que faz parte da vidas destas mulheres não somente por tradição, mas também por profissão.