28 de dezembro de 2011
26 de novembro de 2011
Fotografia- Poliana Pinheiro
Na Serra da Canastra um filete brota.
Verte das entranhas, cristalina, tanta,
A água que desliza e desce pela grota
Até despencar ligeira em Casca d'anta.
Tantos rios da esquerda, da direita,
Afluentes muitos que seu leito encorpam
E o grande Gaiola* que seu casco deita,
Vencem os desafios qu’estas águas cortam.
Rio das Velhas, Borrachudo, Verde Grande,
Paraopeba, Carinhanha, Abaeté,
Emprestam-lhe forças para atravessar
O sertão ressecado que se expande
Frente ao rio que encarna a grandeza da fé...
...E vai o São Francisco a caminho do mar.
Frederico Salvo
9 de novembro de 2011
Preciosidade....
Emoção, lágrimas, surpresas e muita felicidade. Estas foram as minhas sensações diante de algo tão mágico, tão incrível e encantador como a obra de : OS CHICOS PROSA E FOTOGRAFIA de Leo Drumond e Gustavo Nolasco.
Eu que ví esta obra em fase de gestação, ainda nos primeiros dias do processo e a expectativa da espera de um dia poder vê- la e desfrutar da história da vida de ribeirinhos que como eu, sou apaixonada por todo este mar de encanto chamado: Rio São Francisco. Não me contive em sua espera e assim que recebi o convite eletrônico pelo email, corri no site da agência nitro ( http://nitroimagens.com.br ) e comprei meu exemplar pelo PAG SEGURO.
A cada página, a cada história, um arrepio, uma lágrima e uma satisfação em ver algo tão bem pensado, bem escrito, bem fotografado e bem elaborado. Histórias tão reais, tão simples, contada por ribeirinhos e transformada em poesias para não poetas.
OS CHICOS- A obra surgiu da pesquisa realizada por Gustavo Nolasco e Leo Drumond de 2008 a 2011, quando percorreram as margens do Rio São Francisco, passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Em homenagem ao nome do rio e para satisfazer suas veias de repórteres, os dois impuseram o instigante desafio de percorrer as comunidades ribeirinhas à caça apenas de personagens que se chamassem Francisco ou Francisca.
O prefácio de Os Chicos foi feito pelo jornalista Fernando Morais, membro da Academia Marianense de Letras, que assim definiu o trabalho a obra:
“Essa sacada maravilhosa do Gustavo Nolasco é a marca registrada do gênio, ver o que ninguém viu, como seus personagens, os que contemplam o rio e tiram das suas águas, das suas margens, da sua fauna, cachoeiras de inspirações…Os Chicos vem preencher um vazio em publicações do gênero, o que seguramente atenderá tanto o leitor ávido da boa literatura como o estudante carente de uma publicação de qualidade na sua formação didática”.
O projeto Os Chicos (www.oschicos.com.br) teve o patrocínio do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), do Governo de Minas, do Banco BMG, da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e do Grupo Orguel. Contou ainda com o apoio da General Motors.
Este será o terceiro lançamento de Os Chicos. Há duas semanas, mais de 600 pessoas, entre elas, o então governador de Minas Gerais, lotaram a Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte. E na última quarta-feira (26\10), a obra foi lançada na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, em Maceió.
E se no seu livro eu lí um muito obrigada pela minha indicação do Sr Chico de Né ( então um dos personagens). Eu que vos agradeço!!!! Agradeço pelo carinho, pelo amor e por todo o cuidado e respeito com estas pessoas tão incríveis de nomes Franciscos ou não.
(...) Que assim como o rio Chico, a jornada de vocês também seja doce e encantada ...
10 de outubro de 2011
Lançamento do Livro: OS CHICOS- Prosa e Fotografia
De Gustavo Nolasco e Léo Drumond
Com grande alegria e satisfação, recebi este convite eletrônico para o lançamento do livro tão esperando por todos nós ribeirinhos que de alguma maneira fizeram parte destas histórias.
Há pouco mais de um ano, eu os acompanhava ansiosa pelo resultado final desta obra, e hoje ao checar a minha caixa de email, eis que surge esta notícia encantadora: O Lançamento do livro dos nossos amigos "CHICOS" de Belo Horizonte.
Com muito carinho, só desejo muito sucesso e que esta obra tão valiosa possa render grandes alegrias, tanto a vocês, quanto ao nosso povo ribeirinho franciscano.
9 de outubro de 2011
28 de setembro de 2011
Em Ibotirama- Ba
Uma das cidades em que o rio Chico passa de forma tímida e sem grandes espetáculos, ainda assim modesto e simplista ele é fonte de vida e sustento de toda uma região que carece de um olhar por parte dos poderes públicos.
Passar em Ibotirama é se deparar com "pedintes" a todo tempo. É algo que chega a ser incomodo, porque são idosos, crianças, adultos e jovens. São eles que não conseguiram se aposentar por algum motivo , são crianças carentes e jovens desempregados sem a menor perspectiva de trabalho. Ainda assim... é uma cidade que respira ares de desenvolvimento e organização. Pessoas de uma simpatia sem igual, principalmente quando eu digo ser de Xique- Xique.
(...) Ah, ali é que o rio São Francisco produz abundância e fartura.
18 de agosto de 2011
No meu Oásis
Fotografia: Poliana Pinheiro
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
Patativa do Assaré
26 de julho de 2011
Igreja de Santana em Gameleira do Assuruá- Ba
Gameleira do Assuruá, é um povoado de clima europeu bem nas proximidades do Sertão da Bahia. Um lugarzinho no meio do nada, com acesso difícil pelas más condições das estradas e carente de transportes terrestres em condições dignas de locomoção. Ainda assim com tantos pesares e barreiras de acesso ao que eu rotulei de "paraíso perdido", Gameleira guarda um tesouro de valor cultural riquíssimo chamado Igreja de Santana, que uma das coisas mais simplistas e charmosas que os meus olhos já viram . Naquele lugar tudo nos envolve... é um clima fresco com ventos intensos, a natureza em plena harmonia com o universo, a individualidade de cada ser que transita pelas ruas, a FÉ, o patriotismo e o amor que os filhos ausentes daquele lugar carregam em seus corações.
Confesso que o paraíso em muitos casos e acasos encontra- se perto de tudo e no meio do nada.
" Me encantei... me apaixonei..."
17 de junho de 2011
A mostra fotográfica durante a Festa da Cidade em Xique- Xique
Meu muito obrigado a todos os amigos que fiz durante este percurso, a todos que acreditaram, incentivaram e apoiaram a realização deste trabalho. A força mútua fez brotar um sentimento de querer fazer o melhor, e assim tem sido feito. O meu melhor.
Aos ribeirinhos do rio São Francisco e a todos os Xique Xiquenses que torceram, apoiaram e esperaram pelo resultado final deste projeto. Este trabalho é tão meu quanto de todos nós.
Espaço especial para agradecer a Prefeitura Municipal de Xique- Xique e a Codevasf, pelo espaço cedido para expor estas fotografias no Stand durante os festejos ao aniversário de Xique- Xique.
E os Filhos do Velho Chico, continuam firmes e fortes em novos e dedicados projetos.
(...) Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá.
9 de junho de 2011
Convite!!!
A CODEVASF, com o apoio da Prefeitura Municipal de Xique- Xique, TRÁZ para Xique- Xique como parte das comemorações ao aniversário da cidade em 2011. A mostra fotográfica que tem a cara, a cor o tom e sabor do Sertão.
È a simplicidade e exuberância dos ribeirinhos do rio Chico em imagens.
Local: Avenida J.J. SEABRA/ Em frente À Casa das Pizzas
Dias: 09, 10, 11 e 12 de junho.
Horário: A partir das 18 hs.
Fotografias de Poliana Pinheiro
6 de junho de 2011
Dia internacional do meio ambiente e o Rio CHICO não tem o que comemorar
O Velho Chico pede SOCORRO!!!
O rio também conhecido como o " rio da Integração Nacional", foi descoberto no dia 04 de Outubro de 1501 por Américo Vespúcio. Quando os índios o batizaram de Opará, que em Tupi Guarani, quer dizer Rio-Mar, rio tão grande quanto o mar. Mas como aquele era o dia de São Francisco, recebeu então este nome cristão em homenagem ao santo.
Com uma extensão aproximada de 2.863 quilômetros, o Velho Chico distribui- se ao longo de 503 municípios ao longo da sua Bacia e cinqüenta e oito por cento do seu curso corta o coração nordestino, levando vida e sobrevivência aos seus milhões de ribeirinhos.
E além do Velho Chico ser utilizado para o desenvolvimento de atividades de subsistência, suas águas também possuem o papel importante de geração de energia elétrica, até por que o abastecimento da região nordeste e parte de Minas Gerais dependem do rio São Francisco.
Ao longo do rio foram construídas seis barragens: Sobradinho, Itaparica, Moxotó, Paulo Afonso I, II, III e IV e Xingo. A represa de Sobradinho, é vista como o pulmão do Velho Chico, é a principal responsável pela garantia da regularidade de vazão do rio e é projetada para manter o fluxo da água das outras hidrelétricas..No nordeste, a CHESF é a empresa estatal da ELETROBRÁS, que é responsável pela geração e distribuição de energia elétrica em oito dos nove estados da região. O total da capacidade já instalada é de 7815 Mw, sendo que 544, 7 Mw produzidos por usinas termoelétricas e 89% gerados pelas usinas do São Francisco.
De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens no Brasil (MAB), a construção dessas barragens já expulsou um milhão de pessoas de suas terras, o que acarreta em diversos impactos, tanto ambientais, quanto ao meio físico, já que a expulsão de famílias de uma determinada região representa um grande impacto nas relações ecológicas com o rio, nas modificações climáticas, e no desaparecimento de espécies animais e vegetais.
O rio São Francisco é muito importante para as populações ribeirinhas desde a pré-história brasileira, mas não só as populações ribeirinhas exercem atividades junto ao leito. Ao longo da segunda metade do século passado, indústrias nacionais e multinacionais se instalaram junto ao rio, modificando os ambientes sociais, econômicos e naturais. E na pretensão de um maior desenvolvimento industrial e humano dos estados que não fazem parte da bacia franciscana, ressurgiu o projeto de Transposição do Rio São Francisco, pelos governos federal e estadual.
O projeto é discutido desde 1846 no governo de Dom Pedro II, como a solução para acabar com as secas do nordeste. Essa idéia foi relembrada nos anos de 1856, 1908,1913 e 1919 não sendo mais assunto até 1972. No ano de 2000, o Ministério de Planejamento e Orçamento, por meio da Secretária Especial de Políticas Regionais - SEPRE com base nos projetos e levantamentos disponíveis elaborou um dimensionamento do empreendimento, que analisou a viabilidade técnica, social, econômica e ambiental do projeto do São Francisco.
E desde 2004, encontra-se em andamento o projeto intitulado de “Integração do Rio São Francisco”, onde o mesmo pretende integrar o rio com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, destinado a assegurar a oferta de água em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A proposta do projeto do ministério da Integração Nacional tem o intuito integrar as águas do rio São Francisco, às bacias dos rios temporários do Semi-árido, isso só será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho no trecho do rio onde se dará dada uma qualificação que abrange tudo o que se refere a norte ou boreal. Este projeto hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional,(Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte).
As reações e discursos sobre este projeto logo se fizeram ouvir, em vários grupos de ações sociais ligados à igreja, grupos de defesas ambientais, associações e ong’s, tais instituições que assume uma posição de esquerda dentro do cenário político e de resistência ao projeto. Elas passaram a agir na organização política desses grupos, nas organizações de movimentos de resistência ao projeto governamental, através de protestos, passeatas e realizações de fóruns de debate. Dando maior visualização ao movimento, esses grupos se reúnem em torno da Frente Cearense por uma nova cultura da água e contra a Transposição das águas do Rio São Francisco, passando a lançar material informativo sobre as razões de seu posicionamento. E no gesto de maior notoriedade contrária à mudança do curso natural do São Francisco, o bispo Dom Frei Luiz Cappio, voltou às atenções do Brasil e do mundo, quando ele realizou uma greve de fome que durou 11 dias, entre final de setembro e início de outubro de 2005, denunciado e protestando contra o projeto de transposição de parte das águas do Rio São Francisco e em defesa a sua revitalização. Ato, este que levou a pesquisadores e a população brasileira em geral a tomar conhecimento e a pensar nos dois projetos governamentais para o rio e regiões que atravessa: a transposição e a revitalização do São Francisco. Cantado em rezas, homenageado em letras de músicas e nas artes em geral, o rio São Francisco, que nas palavras do Frei Luiz: “há muito deixou de ser um acidente geográfico e passou a ser a condição de vida para todo o povo da região“.
De acordo com estudiosos, o vale do São Francisco já perdeu três dos 16 afluentes perenes. Os rios Verde Grande, Salitre e Ipanema se tornaram temporários, reduzindo o volume de água disponível para navegação, irrigação, pesca e geração de energia. Os três rios deixaram de ser perenes por causa da ação das siderúrgicas de Minas Gerais e das mineradoras baianas – que utilizam a mata ciliar na produção de carvão.
“O rio São Francisco permanece descurado e está entregue à própria sorte. O abandono é nele todo”, reclama José Theodomiro, presidente do Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do São Francisco, respeitado como a maior autoridade nas questões do rio.
Atualmente o seu leito está cada vez mais assoreado, poluído com a atividade pesqueira diminuída e boa parte da população ribeirinha deixada à própria sorte; como também temos conhecimento de que o São Francisco vem sendo há muito destratado.
De um lado o governo, de outro as populações que convivem diretamente com a realidade ribeirinha, e da mesma forma que é anunciada a resistência da população que insiste em permanecer e lutar pela vida deste rio, em razão de suas crenças, histórias e memórias construídas ao longo de seus cinco séculos de existência.
3 de junho de 2011
25 de abril de 2011
18 de abril de 2011
O pescador nas águas do São Francisco
Para muitos pescadores que vivem nestas cidades e vilarejos ao longo deste percurso do baixo médio São Francisco, o Velho Chico é seu protetor. O rio provém os pescadores de abundante e diversificada pescaria e ainda, existe uma forte relação entre a população e o rio, que alimenta também a cultura franciscana.
17 de abril de 2011
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